PS Nosso é o mar, Sebastião da Gama

NOSSO É O MAR

Nosso é o mar. Nosso e renosso.
Pla dor, pla teimosia, pela esperança.
Nosso até onde a vista o não alcança.
Nosso até onde é nosso o que for nosso.

Mas depois de o ter ganho abandonámos
alma e corpo à fadiga de o ter ganho.
Bartolomeu, não olhes. Não despertes
Do sono que dorme há cinco séculos

Já o gume das guilhas não fecunda
teu ventre feminino, Mar aberto.
Falsa energia a nossa! Desflorado
teu sexo, Mar, aos corvos o cedemos

Voluptuosa e saudável, tua carne
é convite e oferta como dantes
Nós, mortos! Nós, sem força! Nós, sem fogo,
de uma saudade mole possuídos!

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OUR IS THE SEA

Ours is the sea. Ours and resignation.
For pain, for stubbornness, for hope.
Ours as far as the eye cannot see it.
Ours as far as ours is what is ours.

But after winning it we abandoned
soul and body to the fatigue of having won it.
Bartolomeu, don't look. Don't wake up
From sleep that sleeps for five centuries

The edge of the guillas does not fertilize
your female belly, open sea.
Our false energy! Deflowered
your sex, Mar, we give it to the crows

Voluptuous and healthy, your flesh
is invitation and offer as before
We, dead! We, without strength! We, without fire,
of a mole nostalgia possessed!

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