Elegia desta manhã, Sebastião da Gama
Elegia desta manhã
Eu sei de virgens
que só por mim foram virgens...
e que morreram assim ;
Eu sei de rosas viçosas
que viram seu viço inútil,
porque esperaram por mim
sem que eu as fosse colher ;
sei de caminhos
aonde a erva nasceu,
nos sítios em que deviam
deixar seu rasto meus passos
( e os caminhos eram claros
como rios ... ) ;
sei de palácios
onde o lume se apagou
e o musgo cresceu nos muros,
a aonde as almas das salas,
que ansiavam minha vinda
como princesas,
emurcheceram em pó ...
Não posso ser feliz ! ...
Não posso ser feliz ! ...
Mais nítida
que qualquer minha alegria.
há-de ser sempre a dor
de me lembrar
de as coisas que foram minhas
e foram lindas
e nunca as viram meus olhos ;
a dor
que é afinal essa mesma
que sentia cada uma,
quando esperava por mim
já sem esperança nenhuma .
Não posso ser feliz ! ...
Não posso porque não sei
de que serviu a beleza,
para onde foi a beleza
das coisas que já não são
e morreram de tristeza
de serem belas em vão ...
============
This morning's elegance
I know of virgins
who were virgins only for me ...
and who died like that;
I know of lush roses
who saw your worthless service,
because they waited for me
without me going to harvest them;
know of ways
where the herb was born,
in the places where they should
leave your trail my steps
(and the paths were clear
like rivers ...);
I know about palaces
where the fire went out
and the moss grew on the walls,
where the souls in the rooms,
who yearned for my coming
like princesses,
withered into dust ...
I can't be happy! ...
I can't be happy! ...
Sharper
than any my joy.
it will always be the pain
to remember
of the things that were mine
and they were beautiful
and my eyes never saw them;
the pain
which is after all the same
that each one felt,
when you waited for me
already without any hope.
I can't be happy! ...
I can't because I don't know
what beauty was for,
where did the beauty go
of things that are no longer
and died of sadness
to be beautiful in vain ...
Eu sei de virgens
que só por mim foram virgens...
e que morreram assim ;
Eu sei de rosas viçosas
que viram seu viço inútil,
porque esperaram por mim
sem que eu as fosse colher ;
sei de caminhos
aonde a erva nasceu,
nos sítios em que deviam
deixar seu rasto meus passos
( e os caminhos eram claros
como rios ... ) ;
sei de palácios
onde o lume se apagou
e o musgo cresceu nos muros,
a aonde as almas das salas,
que ansiavam minha vinda
como princesas,
emurcheceram em pó ...
Não posso ser feliz ! ...
Não posso ser feliz ! ...
Mais nítida
que qualquer minha alegria.
há-de ser sempre a dor
de me lembrar
de as coisas que foram minhas
e foram lindas
e nunca as viram meus olhos ;
a dor
que é afinal essa mesma
que sentia cada uma,
quando esperava por mim
já sem esperança nenhuma .
Não posso ser feliz ! ...
Não posso porque não sei
de que serviu a beleza,
para onde foi a beleza
das coisas que já não são
e morreram de tristeza
de serem belas em vão ...
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This morning's elegance
I know of virgins
who were virgins only for me ...
and who died like that;
I know of lush roses
who saw your worthless service,
because they waited for me
without me going to harvest them;
know of ways
where the herb was born,
in the places where they should
leave your trail my steps
(and the paths were clear
like rivers ...);
I know about palaces
where the fire went out
and the moss grew on the walls,
where the souls in the rooms,
who yearned for my coming
like princesses,
withered into dust ...
I can't be happy! ...
I can't be happy! ...
Sharper
than any my joy.
it will always be the pain
to remember
of the things that were mine
and they were beautiful
and my eyes never saw them;
the pain
which is after all the same
that each one felt,
when you waited for me
already without any hope.
I can't be happy! ...
I can't because I don't know
what beauty was for,
where did the beauty go
of things that are no longer
and died of sadness
to be beautiful in vain ...
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