as rosas, sebastião da gama

as rosas

As rosas não nasceram...
as rosas que eu pedi,
cansado
de olhar a mesma cor.

Existentes em si
as rosas não nasceram...
Previram
que o acto de nascer
se confundia nesse
de as eu logo colher.

As rosas não nasceram...
Temeram
murchar nas minhas mãos,
só por serem nascidas.

Ai rosas existentes,
ai rosas cautelosas,
mas rosas ignorantes!...

-Como elas nasceriam
ai! se soubessem, rosas,
que nunca murchariam
em minhas mãos!...
                       Ai! rosas,
não haverá quem possa
fazer-vos entender
que a minha vida é
a própria vida vossa? ...

Surgi, srugi, sem medo,
que o meu olhar se cansa
de olhar o mesmo verde!...
Meus dedos são saudades
de pétalas futuras...
Ai rosas, que existis
ocultas em vós mesmas,
nascei, que eu quero ser
vosso perfume unindo
as nuvens com a Serra.
-Eu quero esquecer
(vivendo-me perfume)
que tenho as mãos de terra.

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the roses

Roses were not born ...
the roses that I ordered,
tired out
to look the same color.

Existing itself
roses were not born ...
Predicted
that the act of being born
got confused in that
I will soon harvest them.

Roses were not born ...
Feared
wither in my hands,
just for being born.

Oh existing roses,
oh cautious roses,
but ignorant roses! ...

-How they would be born
there! if they knew, roses,
that would never wither
in my hands!...
                        There! roses,
there will be no one who can
make you understand
that my life is
your own life? ...

I emerged, srugi, without fear,
that my eyes get tired
to look the same green! ...
My fingers are missing
of future petals ...
Oh roses, that you exist
hidden in yourselves,
I was born, that I want to be
your perfume uniting
the clouds with the Sierra.
-I want to forget
(living me perfume)
that I have the hands of the earth.

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