Na aula com Helena - Poesia de Natal
(1) O hino "Adeste Fideles" Quem o escreveu foi o rei D. João IV? (2) Natal, é não Dezembro. Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio, num presépio, num prédio, num presídio, no prédio que amanhã for demolido... Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, porque esta noite chama-se Dezembro, porque sofremos, porque temos frio. Entremos, dois a dois: somos duzentos, duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos o rastro de uma casa, a cave, a gruta, o sulco de uma nave... Entremos, despojados, mas entremos. Das mãos dadas talvez o fogo nasça, talvez seja Natal e não Dezembro, talvez universal a consoada. David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal' (3) Quando um Homem Quiser Tu que dormes a noite na calçada de relento Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento És meu irmão amigo És meu irmão E tu que dormes só no pesadelo